terça-feira, 31 de maio de 2011

Por que temos medo?

        O medo é um mecanismo inato e primitivo que tem como função a proteção, ou seja, nos avisarmos de algum perigo que o organismo esteja correndo, e para isso, há um estado de preparo fisiológico em todo o corpo: no cérebro é disparado uma descarga intensa de adrenalina, e apartir daí, essa injeção de adrenalina entra na corrente sangüínea e o processo se inicia no organismo com reações fortes de suor, taquicardia, os músculos se contraem, a respiração se torna mais rápida, e a mente mais ágil, e em segundos o indivíduo entra em ação para se proteger, correndo ou lutando. Essa é a reação do medo no organismo, e existe para nos proteger.
No entanto, no medo real essa função é essencial, mas, atualmente temos um "medo imaginário", ou seja, produzido pela nossa mente, sentimentos de medo, que no corpo produzem a mesma sensação física do medo real sem existir o perigo, esses sentimentos e essas reações em nosso corpo são conhecidos como transtornos de ansiedade. As sensações são as mesmas que nos ataques do pânico, medo intenso, súbito e anormal, taquicardia, sudorese, formigamentos, calafrios, boca seca entre outros; a diferença fundamental  é que quando temos um perigo real a nossa consciência sabe o porquê de reagirmos dessa maneira ao contrário do pânico, não sabemos identificar qual a ameaça.
    É comum reagirmos de forma exacerbada em nossa rotina do cotidiano, essas reações aceleram o processo de doenças devido ao fato de estarmos frequentemente em "estado de alerta", ou seja, um estado ansioso, hormônios como o cortisol e a adrenalina são liberados o tempo todo, provocando doenças físicas e mentais: como enxaquecas, fobias, pânico, alergias, compulsões, diabetes, pressão alta e etc.
 O estado ansioso propicia manifestações de uma ansiedade intensa ocasionando transtornos de pânico ou mesmo uma crise de ataque de pânico. Segundo Estudos recentes sobre ansiedade, estima-se que um indivíduo ao longo de sua vida terá ou já teve uma súbita crise de ataque de pânico, essa estimativa é uma realidade atual que atesta como estamos vivendo.
 Existem pessoas que tem uma certa tendência a desencadear o transtorno de pânico ou de ansiedade, são indivíduos que possuem uma personalidade ansiosa, ou seja, características de uma certa apreensão e inquietação, juntamente com essas características, algumas situações do cotidiano como trabalho, hábitos alimentares e vícios.
 É importante ressaltar que o uso ou abuso de drogas pode desencadear os ataques de pânico, drogas como ecstasy, anfetaminas, cocaína, álcool, maconha, remédios para redução de apetite etc; em períodos de abstinência ou no auge da intoxicação pode propiciar os ataques de pânico, até mesmo cafeína e nicotina.
     Por vezes pensamos que não nos sobra tempo, como consequência disso, estamos vivendo sem observarmos nossos limites, sem respeitar nosso corpo e mente, e as doenças sinalizam essa realidade, e os transtornos de ansiedade e pânico indicam que está na hora de procurar desacelerar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A geração do MAIS...

              Estamos numa fase do TUDO PARA ONTEM, nossos desejos são imediatos, afinal não podemos esperar... perder tempo, mas o tempo é relativo, e mesmo assim não podemos perdê-lo... Temos que ter um trabalho sensacional, sermos pessoas super bacanas, nos conectarmos o tempo todo, sermos excelentes na família, a mulher precisa casar, ter filhos, um trabalho, ter uma aparência digna de princesa, conseguir conciliar, amigos, família e ser bem-sucedida, tantas cobranças, internas e externas, que fica a pergunta: Estamos felizes realmente? estamos depositando a nossa felicidade e bem-estar físico e mental em coisas efêmeras, superficiais, ou realmente isso tudo faz a diferença? percebo que estamos a cada dia mais ansiosos e com mais doenças psicossomáticas, porque não conseguimos ser tudo, apenas um pouco, lidar com a frustração de não conseguirmos é penoso, e na maioria das vezes, lida-se com essa dor dando importância ao que pode TER naquele momento, com isso desviamos nossas necessidades e interesses. 
       É importante percebermos que estamos acumulando vícios modernos, com essa síndrome do ter, vícios como o celular a internet e redes sociais, necessitamos estar sempre disponíveis, informados e conectados o tempo todo, esses vícios define-se como nomofobia (termo utilizado para designar dependentes de qualquer tecnologia), e acarreta aos indíviduos estresse e falta de concentração em outras atividades.
      Antigamente as pessoas viajavam e estavam tão presentes tão preocupadas em aproveitar o local, ou mesmo em uma vivência qualquer,e hoje, estamos conseguindo fazer isso? ou estamos dando importância ao superficial, ao futuro, e esquecendo o presente?
      Essa necessidade nos afasta do verdadeiro, do que realmente pode nos proporcionar felicidade, e ainda permite que depositemos uma parte da nossa realização e conquistas no futuro, postergando sempre a nossa felicidade no presente.
      Esse é o atual "mal estar da nossa civilização" uma sociedade desejante o tempo todo, só que nos esquecemos que quando um desejo é satisfeito, não se sente tanto prazer naquilo, (fica aqui a dica) em parte isso é da natureza humana... uma eterna insatisfação...
    Mas é possível conquistarmos nossa tão sonhada felicidade, desde que a perseguirmos com bases sólidas, e não depositando apenas em outras pessoas ou na tão sonhada bolsa da channel (nada contra querer e conseguir), ou o último modelo daquela marca de carros famosa.            
    

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Estresse no Trabalho

              A queixa principal no consultório é a correria no trabalho com o acúmulo de tarefas exercidas e a falta de tempo, com " as cobranças" dos superiores e do pessoal em casa. Essa situação vai ficando pior até que os sintomas de Ansiedade começam a aparecer, e o indivíduo não consegue mais dormir direito, se alimenta mal, quando se alimenta,  tem crises de irritação, sem tolerância, não consegue focar em uma tarefa de cada vez, com discurso sempre agitado, não respira para falar, ou seja,  o corpo vive em estado de alerta, no modus operandi ansioso.
               Esse indivíduo procura ajuda quando o corpo já não aguenta mais tanta agitação, e tem casos que o Psicólogo precisa encaminhar para o Psiquiatra para tomar uma medicação, concomitante a terapia, como suporte, para dar um alívio a dinâmica ansiosa.
             Na terapia, em algumas sessões o terapeuta vai percebendo que esses indivíduos possuem uma personalidade propensa a Ansiedade, e a queixa principal que era o trabalho fica em segundo plano na verdade, o que ocorre é que as cobranças, na maioria das vezes, são internas, ou seja, do próprio indivíduo, que acaba se apropriando de tarefas que não são suas, não são da sua responsabilidade, esses indivíduos têm características bem peculiares, normalmente são pessoas perfeccionistas, que acreditam que apenas elas sabem fazer, não conseguem delegar, e não toleram o tempo do outro, que claro é diferente do tempo dele (a), inconscientemente, controlam tudo e todos, sofrem muito porque exercem vários pápeis, se apropriam de papéis que não são seus, e isso acaba gerando problemas no trabalho, e em todas as relações interpessoais, principalmente na vida afetiva. 
      Tem indivíduos que mesmo no lazer estão sempre "pilhados", acumulam um excesso de programas e compromissos, consequentemente, não descansam, porque estão acostumados com o modus operandi  e quem está acompanhando sofre as influências desse comportamento agitado.
      Com a terapia o indivíduo vai percebendo sob "um novo olhar", que apenas não consegue deixar de controlar e não está deixando as pessoas fazerem sua parte, essa fase é a mais difícil porque implica uma percepção que Eu na verdade sou responsável e não "os outros". Por um lado é extremamente dolorido e com bastante resistência perceber essa realidade interna, implica em uma renúncia onipotente e uma responsabilidade do indivíduo não mais dos "outros", mas por outro lado, apartir do momento  que o indivíduo se responsabiliza e se percebe o poder está "nele" em mudar seu comportamento e suas atitudes.