quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Cuidado: Pode ter um Psicopata ao seu lado!

Personalidade Antissocial

     Estima-se que aproximadamente 3% dos homens (bastante heim!) e 1 em cada 100 mulheres tenham personalidade antissocial. Como pode-se perceber é mais freqüente nos homens esse gene para a psicopatia, mas não é excludente em nós mulheres. 
      Personalidade antissocial e personalidade psicopata são sinônimos, e por mais que não se enquadrem na clássica psicopatia como assassinos cruéis ou serial killers, existem indivíduos com personalidade antissocial que podem não matar ou serem violentos, mas se enquadram em outro subtipo, tão perverso quanto o subtipo propenso a matar, e são deles que irei comentar.   
     Existe um subtipo de indivíduos com personalidade antissocial que devemos tomar cuidado, porque podem se misturar com indivíduos comuns e se relacionarem e ter um estilo de vida bastante razoável, nada parecido com os dos filmes de suspense, são indivíduos que se relacionam normalmente, e é essa a dificuldade maior em caracterizá-los como psicopatas, no entanto, essas pessoas causam muito sofrimento nos ambientes interpessoais, porque aparentemente, são sedutores, sabem envolver e se relacionar.
Esses indivíduos possuem um sistema neurológico diferente do padrão, não entrarei na questão neurológica, mas apenas é importante que saibam porque é um desvio de personalidade grave com um quadro genético, ou seja, é imutável, não tem cura, portanto, mulheres não dá para mudar o psicopata viu?!
Mas brincadeiras à parte, esses indivíduos tem características bem peculiares e é importante que possamos distinguí-las, assim evitamos sofrimentos...
    São indivíduos como disse acima, extremamente sedutores, aparentemente demonstram uma total solidariedade, mas se utilizam dessa técnica para ganhar a atenção e conquistar, são maldosos, mas não aparentam, e se camuflam numa persona "do bem", bastante perspicaz percebem como podem conquistar, aonde existe a fragilidade e carência, e assim começam a envolver a pessoa, são narcísistas, frios e não sentem culpa, de jeito nenhum, alías culpa é um sentimento que não existe para eles, e esse é o maior problema, como são sedutores, fingem bem, e uma das personas que vestem é no primeiro momento do sedutor, e depois da vitíma, se fazem algo é friamente pensado no seu próprio bem, e podem até pedir desculpas e se sentirem culpados, mas é puro fingimento, apenas para manter a presa, e com isso ter o que necessitam.
  Indivíduos de personalidade antissocial no primeiro momento são pessoas comuns e extremamente sedutoras, por isso, quando estamos envolvidos não percebemos, mas não conseguem segurar por muito tempo uma persona, são pessoas que magoam demais o outro, fazem crueldades emocionais e ainda responsabilizam o parceiro e as pessoas ao redor, costumo dizer que são vampiros, se alimentam da nossa vitalidade, sugam as energias e quando percebem que conseguiram o que queriam desaparecem ou dão um jeito de desaparecer, claro cuidam para que o outro se responsabilize dessa atitude.
    Portanto, é importante termos o cuidado e o distanciamento necessário para não nos envolvermos rápido demais nos relacionamentos, em qualquer relacionamento, não apenas amoroso, mas no trabalho, nas amizades, um psicopata pode ser nosso chefe, nosso amigo, ou nosso grande amor... 
Quando estamos mais suscetíveis, mais carentes não percebemos os sinais, por isso é preciso cautela, afinal não sabemos quem é essa pessoa que acabou de entrar na nossa vida, quem vê cara não vê psicopata!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Por que temos medo?

        O medo é um mecanismo inato e primitivo que tem como função a proteção, ou seja, nos avisarmos de algum perigo que o organismo esteja correndo, e para isso, há um estado de preparo fisiológico em todo o corpo: no cérebro é disparado uma descarga intensa de adrenalina, e apartir daí, essa injeção de adrenalina entra na corrente sangüínea e o processo se inicia no organismo com reações fortes de suor, taquicardia, os músculos se contraem, a respiração se torna mais rápida, e a mente mais ágil, e em segundos o indivíduo entra em ação para se proteger, correndo ou lutando. Essa é a reação do medo no organismo, e existe para nos proteger.
No entanto, no medo real essa função é essencial, mas, atualmente temos um "medo imaginário", ou seja, produzido pela nossa mente, sentimentos de medo, que no corpo produzem a mesma sensação física do medo real sem existir o perigo, esses sentimentos e essas reações em nosso corpo são conhecidos como transtornos de ansiedade. As sensações são as mesmas que nos ataques do pânico, medo intenso, súbito e anormal, taquicardia, sudorese, formigamentos, calafrios, boca seca entre outros; a diferença fundamental  é que quando temos um perigo real a nossa consciência sabe o porquê de reagirmos dessa maneira ao contrário do pânico, não sabemos identificar qual a ameaça.
    É comum reagirmos de forma exacerbada em nossa rotina do cotidiano, essas reações aceleram o processo de doenças devido ao fato de estarmos frequentemente em "estado de alerta", ou seja, um estado ansioso, hormônios como o cortisol e a adrenalina são liberados o tempo todo, provocando doenças físicas e mentais: como enxaquecas, fobias, pânico, alergias, compulsões, diabetes, pressão alta e etc.
 O estado ansioso propicia manifestações de uma ansiedade intensa ocasionando transtornos de pânico ou mesmo uma crise de ataque de pânico. Segundo Estudos recentes sobre ansiedade, estima-se que um indivíduo ao longo de sua vida terá ou já teve uma súbita crise de ataque de pânico, essa estimativa é uma realidade atual que atesta como estamos vivendo.
 Existem pessoas que tem uma certa tendência a desencadear o transtorno de pânico ou de ansiedade, são indivíduos que possuem uma personalidade ansiosa, ou seja, características de uma certa apreensão e inquietação, juntamente com essas características, algumas situações do cotidiano como trabalho, hábitos alimentares e vícios.
 É importante ressaltar que o uso ou abuso de drogas pode desencadear os ataques de pânico, drogas como ecstasy, anfetaminas, cocaína, álcool, maconha, remédios para redução de apetite etc; em períodos de abstinência ou no auge da intoxicação pode propiciar os ataques de pânico, até mesmo cafeína e nicotina.
     Por vezes pensamos que não nos sobra tempo, como consequência disso, estamos vivendo sem observarmos nossos limites, sem respeitar nosso corpo e mente, e as doenças sinalizam essa realidade, e os transtornos de ansiedade e pânico indicam que está na hora de procurar desacelerar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A geração do MAIS...

              Estamos numa fase do TUDO PARA ONTEM, nossos desejos são imediatos, afinal não podemos esperar... perder tempo, mas o tempo é relativo, e mesmo assim não podemos perdê-lo... Temos que ter um trabalho sensacional, sermos pessoas super bacanas, nos conectarmos o tempo todo, sermos excelentes na família, a mulher precisa casar, ter filhos, um trabalho, ter uma aparência digna de princesa, conseguir conciliar, amigos, família e ser bem-sucedida, tantas cobranças, internas e externas, que fica a pergunta: Estamos felizes realmente? estamos depositando a nossa felicidade e bem-estar físico e mental em coisas efêmeras, superficiais, ou realmente isso tudo faz a diferença? percebo que estamos a cada dia mais ansiosos e com mais doenças psicossomáticas, porque não conseguimos ser tudo, apenas um pouco, lidar com a frustração de não conseguirmos é penoso, e na maioria das vezes, lida-se com essa dor dando importância ao que pode TER naquele momento, com isso desviamos nossas necessidades e interesses. 
       É importante percebermos que estamos acumulando vícios modernos, com essa síndrome do ter, vícios como o celular a internet e redes sociais, necessitamos estar sempre disponíveis, informados e conectados o tempo todo, esses vícios define-se como nomofobia (termo utilizado para designar dependentes de qualquer tecnologia), e acarreta aos indíviduos estresse e falta de concentração em outras atividades.
      Antigamente as pessoas viajavam e estavam tão presentes tão preocupadas em aproveitar o local, ou mesmo em uma vivência qualquer,e hoje, estamos conseguindo fazer isso? ou estamos dando importância ao superficial, ao futuro, e esquecendo o presente?
      Essa necessidade nos afasta do verdadeiro, do que realmente pode nos proporcionar felicidade, e ainda permite que depositemos uma parte da nossa realização e conquistas no futuro, postergando sempre a nossa felicidade no presente.
      Esse é o atual "mal estar da nossa civilização" uma sociedade desejante o tempo todo, só que nos esquecemos que quando um desejo é satisfeito, não se sente tanto prazer naquilo, (fica aqui a dica) em parte isso é da natureza humana... uma eterna insatisfação...
    Mas é possível conquistarmos nossa tão sonhada felicidade, desde que a perseguirmos com bases sólidas, e não depositando apenas em outras pessoas ou na tão sonhada bolsa da channel (nada contra querer e conseguir), ou o último modelo daquela marca de carros famosa.            
    

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Estresse no Trabalho

              A queixa principal no consultório é a correria no trabalho com o acúmulo de tarefas exercidas e a falta de tempo, com " as cobranças" dos superiores e do pessoal em casa. Essa situação vai ficando pior até que os sintomas de Ansiedade começam a aparecer, e o indivíduo não consegue mais dormir direito, se alimenta mal, quando se alimenta,  tem crises de irritação, sem tolerância, não consegue focar em uma tarefa de cada vez, com discurso sempre agitado, não respira para falar, ou seja,  o corpo vive em estado de alerta, no modus operandi ansioso.
               Esse indivíduo procura ajuda quando o corpo já não aguenta mais tanta agitação, e tem casos que o Psicólogo precisa encaminhar para o Psiquiatra para tomar uma medicação, concomitante a terapia, como suporte, para dar um alívio a dinâmica ansiosa.
             Na terapia, em algumas sessões o terapeuta vai percebendo que esses indivíduos possuem uma personalidade propensa a Ansiedade, e a queixa principal que era o trabalho fica em segundo plano na verdade, o que ocorre é que as cobranças, na maioria das vezes, são internas, ou seja, do próprio indivíduo, que acaba se apropriando de tarefas que não são suas, não são da sua responsabilidade, esses indivíduos têm características bem peculiares, normalmente são pessoas perfeccionistas, que acreditam que apenas elas sabem fazer, não conseguem delegar, e não toleram o tempo do outro, que claro é diferente do tempo dele (a), inconscientemente, controlam tudo e todos, sofrem muito porque exercem vários pápeis, se apropriam de papéis que não são seus, e isso acaba gerando problemas no trabalho, e em todas as relações interpessoais, principalmente na vida afetiva. 
      Tem indivíduos que mesmo no lazer estão sempre "pilhados", acumulam um excesso de programas e compromissos, consequentemente, não descansam, porque estão acostumados com o modus operandi  e quem está acompanhando sofre as influências desse comportamento agitado.
      Com a terapia o indivíduo vai percebendo sob "um novo olhar", que apenas não consegue deixar de controlar e não está deixando as pessoas fazerem sua parte, essa fase é a mais difícil porque implica uma percepção que Eu na verdade sou responsável e não "os outros". Por um lado é extremamente dolorido e com bastante resistência perceber essa realidade interna, implica em uma renúncia onipotente e uma responsabilidade do indivíduo não mais dos "outros", mas por outro lado, apartir do momento  que o indivíduo se responsabiliza e se percebe o poder está "nele" em mudar seu comportamento e suas atitudes.    

sábado, 30 de abril de 2011

Orientação Sexual e o papel da Família e Escola.

            Atualmente as crianças e adolescentes tem contato com  estímulos da sexualidade de adultos na "linguagem sexual" e "sensual" bem mais precoces, devido à exposições da mídia, na escola ou até mesmo dentro do ambiente doméstico. Não podemos confundir a curiosidade sexual das crianças com brincadeiras de  "médico" entre meninos e meninas, com a "linguagem sexual" que elas estão expostas.  Essas brincadeiras são saudáveis e fazem parte do desenvolvimento infantil, ao contrário da super valorização da sexualidade na mídia. 
         Tenho notado que crianças, particularmente, as meninas, ficam erotizadas mais precocemente, vejo no consultório, algumas chegam com maquiagem, salto alto, como se fossem adolescentes ou  já adultas, e minha orientação para os pais é:  não estimular esse comportamento. A tendência é achar "bonitinho" e estimular a criança a continuar se comportando dessa forma, as mãe se espelham em suas filhas e os pais ficam orgulhosos, do menino já ter namoradas e ser o "pegador".  
          É comum vermos nos notíciários e mesmo nas escolas pré-adolescentes já terem relações sexuais, e dessas aventuras de namoro uma gravidez indesejada, com risco de vida, e um enorme sofrimento para os pais e a adolescente. Coloco a questão: o ambiente familiar está atuando de maneira satisfatória para conter esse problema? não podemos colocar a responsabilidade nos meios de comunicação, essa é uma realidade atual,  e o papel da Escola ? acredito que ambos tem responsabilidades, e esse vínculo deve ser estreito, a escola é formadora de opinião, por ser um ambiente social, portanto, tem o papel de orientar os jovens e os pais. Já a família tem sua responsabilidade no quesito valores e integridade física e emocional das crianças e adolescentes.  No entanto, ambos ficam com o jogo de "empurra-empurra", ou seja, a família delega a escola a responsabilidade de socialização e orientação e a escola devolve essa responsabilidade aos pais, e o que estamos percebendo é que a realidade está ai, e nada melhor do que enfrentarmos. 
      Quando a escola perceber que é importante o papel de um psicólogo ou orientador para oferecer os serviços de orientação sexual para os pais e alunos essa realidade tende a mudar, mas por enquanto, ficamos presos ao consultório e a queixa dos pais e coordenadores escolares.  

terça-feira, 19 de abril de 2011

Quando Adoecemos...

         Nossos pensamentos e condições emocionais desarmônicas modulam o fluxo de energia do nosso corpo, nos deixando vulneravéis a invasões de vírus e bactérias, ou mesmo, originando doenças. Atualmente tem se comentado muito sobre a Psicossomática, ou seja, a somatização de estados emocionais, da mente geram doenças no corpo. Os médicos tem percebido que existem doenças que são desencadeadas por processos emocionais intensos, e consequentemente, procuram cuidar do corpo, e encaminham para psicoterapia.
        Doenças dermatológicas, são muito frequentes, doenças digestivas como gastrite, doenças respiratórias como asma, dentre outras... Mágoas retidas, sentimentos de irritabilidade, sintomas de ansiedade, nervosismo, todas essas reações emocionais causam uma baixa no sistema imunológico do indivíduo propiciando doenças. A saúde emocional representa ao indivíduo atuar de maneira tranquila no emprego das suas habilidades para lidar com as diversas áreas da sua vida, nos relacionamentos interpessoais no geral, quando se deparam com dificuldades e não conseguem administrar, com suas habilidades e aptidões, gera-se um conflito consciente ou inconsciente, esses conflitos se agravam em forma de doenças no corpo. 
       O organismo é sábio, porque enquanto está na psique, não está doendo no corpo, apartir do momento que começa a sentir no corpo as pessoas procuram ajuda profissional, então é a maneira que o organismo encontrou de sinalizar ao indivíduo que precisa se cuidar porque algo não vai bem. 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cisne Negro

              O filme que mais me marcou esse ano foi Cisne Negro, conversei com alguns amigos da área, e foi unânime o impacto em relação ao filme e alguns questionamentos que nos renderam longos "insights".
              Não vou narrar o filme, mas para quem não viu, aborda o tema do balé, e a protagonista, que é encenada brilhantemente pela atriz Natalie Portman, é uma bailarina que se vê diante da chance de interpretar o papel principal em uma montagem de “O Lago dos Cisnes,”portanto, teria que interpretar simultaneamente o cisne branco (símbolo da pureza e ingenuidade) e o cisne negro (metáfora para a malícia, sensualidade e maldade).
            A personagem principal vivia pela dança, com uma aparência bela mais frágil, demonstrava tímidez e insegurança, com uma mãe extremamente superprotetora, e com uma presença sempre marcante, era pressionada por si e por essa mãe controladora. Não restava dúvidas que essa pressão toda à limitava, dava vazão ao perfeccionismo, com atos de crueldade consigo mesmo, era levada a exaustão, se machucava,(cutting). Com o masoquismo, era a forma de ter prazer, uma libido sexual deslocada para a perfeição, sem espontaneidade. 
          Na busca pela perfeição e na tentativa de provar que conseguiria interpretar essas duas dualidades tão distintas, a personagem não distingue mais o que é sonho e realidade, e aos poucos sua vivência se sobrepõe ao enredo da peça, a qual ocorre uma metamorfose, física e mental, levando a experiências psicóticas com alucinações. 
          Quando estamos muito focados na perfeição, não conseguimos enxergar o outro e o mundo ao nosso redor, perdemos a característica principal que nos faz sermos únicos: a espontaneidade.
         O Cisne branco é frágil, puro, sensível, perfeito, já o cisne negro, é ambíguo, espontâneo, sedutor, cruel...Essa polaridade do ser humano que hipnotiza, essas características equilíbradas que nos tornam únicos.