quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cisne Negro

              O filme que mais me marcou esse ano foi Cisne Negro, conversei com alguns amigos da área, e foi unânime o impacto em relação ao filme e alguns questionamentos que nos renderam longos "insights".
              Não vou narrar o filme, mas para quem não viu, aborda o tema do balé, e a protagonista, que é encenada brilhantemente pela atriz Natalie Portman, é uma bailarina que se vê diante da chance de interpretar o papel principal em uma montagem de “O Lago dos Cisnes,”portanto, teria que interpretar simultaneamente o cisne branco (símbolo da pureza e ingenuidade) e o cisne negro (metáfora para a malícia, sensualidade e maldade).
            A personagem principal vivia pela dança, com uma aparência bela mais frágil, demonstrava tímidez e insegurança, com uma mãe extremamente superprotetora, e com uma presença sempre marcante, era pressionada por si e por essa mãe controladora. Não restava dúvidas que essa pressão toda à limitava, dava vazão ao perfeccionismo, com atos de crueldade consigo mesmo, era levada a exaustão, se machucava,(cutting). Com o masoquismo, era a forma de ter prazer, uma libido sexual deslocada para a perfeição, sem espontaneidade. 
          Na busca pela perfeição e na tentativa de provar que conseguiria interpretar essas duas dualidades tão distintas, a personagem não distingue mais o que é sonho e realidade, e aos poucos sua vivência se sobrepõe ao enredo da peça, a qual ocorre uma metamorfose, física e mental, levando a experiências psicóticas com alucinações. 
          Quando estamos muito focados na perfeição, não conseguimos enxergar o outro e o mundo ao nosso redor, perdemos a característica principal que nos faz sermos únicos: a espontaneidade.
         O Cisne branco é frágil, puro, sensível, perfeito, já o cisne negro, é ambíguo, espontâneo, sedutor, cruel...Essa polaridade do ser humano que hipnotiza, essas características equilíbradas que nos tornam únicos.        

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